Relato – Corrida do Tejo 2018

A Corrida do Tejo tem um significado especial para mim já que foi a minha primeira corrida, em 2015, e é, por isso, a “culpada” por me iniciar nesta vida. Não falhei uma edição desde então e este ano não foi excepção.

Seria ainda a minha primeira participação nesta prova pelo GFD Running, do qual faço parte desde o início do ano, e uma excelente oportunidade para tentar bater o recorde pessoal aos 10K.

Sendo assim, num dia que se adivinhava quente, aproveitei os transportes grátis a que o dorsal dava direito e apanhei o comboio em Carcavelos em direção a Algés, na companhia do Pedro Casadinho, outro colega destas andanças. Aqui há a apontar que seria interessante ter visto um reforço dos comboios já que os mesmos facilmente ficavam sobre-lotados em apenas duas ou três estações. Fica a ideia para o próximo ano.

Chegámos a Algés com uma hora até ao tiro de partida, tal como eu gosto, para não ter que fazer nada à pressa. Fui ter ao ponto de encontro marcado com a equipa e, depois de dois dedos de conversa, começamos a aquecer. Um bom aquecimento é essencial, não só para evitar lesões como para quem tem pretensões de começar logo a ritmos elevados. Aquecimento feito e fotografia da praxe tirada, estava na hora de ir para a caixa de partida, 10 minutos antes do começo da prova.

Para esta corrida tinha um objectivo muito claro: tentar fazer sub 40′, marca que já persigo há algum tempo. Tinha, no entanto, sentimentos mistos. Como contrariedades tinha o calor forte que se fazia sentir, a altimetria pouco simpática e o facto de ter feito, uma semana antes, uma meia maratona! Por outro lado sentia as pernas frescas q.b. e os treinos da semana tinham corrido de feição (séries de 10 x 300m @ 3:19min/km e dois treinos de recuperação bem feitos). Vamos lá ver no que isto dá!!

Tiro de partida dado e juntei-me logo à lebre dos sub40 que era o Ernesto Ferreira do GFD. Motivação não havia de faltar! Saímos juntos num grupo de 20 a 30 pessoas o que é sempre uma ajuda para manter o ritmo (atenção aos pés no entanto! Ouvi alguém a cair atrás de mim logo ao inicio, espero que não se tenha magoado). Ritmo forte logo nos dois primeiros quilómetros (3:53 e 3:57) e sem quebrar mas eis que chegava o primeiro “muro”, o Alto da Boa Viagem. Para manter o ritmo nestas subidas é essencial trabalhar no reforço muscular bem como incluir no planeamento treino de rampas. “Check” em ambos e consegui por isso manter-me com o grupo, pese com algum esforço.

Recuperado o fôlego, e após passar a marca do terceiro quilómetro notei que, aos poucos, a bandeira dos sub40 se foi afastando. Decidir não forçar o ritmo, para não hipotecar o final, e segui até ao 7o quilómetro a fazer médias de 4:00min/km.  Seguia-se uma segunda subida, em Paço da Arcos, e aqui quebrei um pouco: apesar de não ser tão íngreme este trecho é bem mais longo e a temperatura e o cansaço nas pernas fizeram-se notar. Aqui quero realçar o apoio em pontos estratégicos da prova (leia-se nas subidas) e que é sempre muito bem vinda!

Sétimo e oitavo quilómetros feitos e, chegando ao vale de Santo Amaro avizinhava-se a próxima e última subida. Mais uma pequena quebra (4:15 de parcial) e acabava de entrar no ultimo quilómetro! Aqui reuni as ainda – para minha surpresa! – algumas forças que tinha e forcei novamente a passada. Dar a volta à rotunda, fazer as ultimas centenas de metros e prova concluída! Último parcial a 3:58 e tempo final de 40:49!! Acabei feliz pela prestação mas algo macambúzio porque tinha ideia que tinha feito 2 segundos mais lentos que o meu RP. Pouco depois lá acordei para a vida e percebi que não! O tempo anterior era afinal de 40:57 (feitos na Corrida de Sto. António, três meses antes). Woowwoo, novo RP!! Consegui ainda fazer 5K abaixo dos 20′, algo que já perseguia há algum tempo também.

Finalizada a prova, foi tempo de recuperar e alongar com a malta da equipa, a qual obteve excelentes resultados: 2o lugar feminino, 3o lugar masculino e 1o lugar feminino por equipas!! Parabéns!! Vi ainda o Pedro fazer 55:02. Marca muito boa tendo em conta a curta preparação e as condições do dia!  Após a cerimónia do pódio foi hora de regressar a casa para um merecido descanso.

Em jeito de resumo: fazer a Corrida do Tejo é sempre uma experiência fantástica. A organização é espetacular em todos os momentos: antes, durante e depois da prova. Parabéns ao Pedro e a toda a malta do GFD Running pelos resultados alcançados. Para o ano há mais! Os sub 40 ainda não caíram desta vez mas a prestação deixou bons indícios e por isso não posso deixar de ficar satisfeito! Quem sabe se para o mês que vem não há uma surpresa…

(imagem: Corrida do Tejo)