41ª Corrida das Fogueiras

Após dois longos anos de interregno a Corrida das Fogueiras finalmente voltou.

(Perdoem-me o atraso no relato mas se a prova se atrasou 2 anos o artigo também se pode atrasar uma semana 😉 )

Na sua 41° edição esta prova é para mim – e creio ser opinião generalizada – uma das mais especiais do calendário anual. Também chamada de São Silvestre do Verão conta sempre com um excepcional apoio do público. Isso, aliado ao facto de ser corrida à noite e com a iluminação das ditas fogueiras tornam a prova única (mas não isenta de problemas, como irão ver mais à frente).

Dada a distância a Lisboa o GFD Running costuma habitualmente ficar numa pousada perto de Peniche e faz o seu tradicional jantar de fecho de época a seguir à prova. Sendo assim, a meio da tarde encontrei-me com a equipa e com algumas horas de sobra deu para relaxar um pouco e pôr a conversa em dia. 

Com pouco mais de uma hora até ao começo da corrida (marcada para as 21:30) arrancámos para Peniche para distribuir os restantes dorsais e começar com o aquecimento. Aqui ficou logo notório que seria uma prova bastante ventosa (mais do que tenho sentido nas edições anteriores) mas a verdade é que seria igual para todos… 

Desloquei-me então para a caixa de partida (felizmente logo a primeira, evitando assim muita confusão no arranque). Tinha traçado com objectivo tentar fazer sub-57 minutos (o que seria uma melhoria brutal face aos 1h08 que havia feito três anos atrás) mas logo se veria: além do vento a prova conta com uma altimetria nada favorável e o piso, na zona mais isolada da prova, nunca foi muito famoso, com um alcatrão bastante irregular.

Como tem sido tradição foi tocada A Portuguesa e, às 21:30 em ponto, deu-se o tiro de partida! Como tem sido costume nunca sou de arrancar à maluca (especialmente em provas já mais longas como esta) e assim, ao longo dos primeiros 500 metros fui passado por inúmeros atletas. Fui progressivamente entrando no ritmo desejado e no final do primeiro quilómetro já seguia a “velocidade de cruzeiro” e a verdade é que a partir daí (com excepção dos últimos 100 metros!) nunca mais perdi nenhuma posição e fui apanhando atletas/colegas até ao final. Para fazer os tais 57 minutos deveria correr a ritmos de ~ 3:48/km mas estava-me a sentir bastante solto e seguia praticamente nos 3:40 sem dificuldade. Deixe-me ir já que o dia não era para poupanças!

Os primeiros cerca de 5/6 kms fizeram-se praticamente sem altimetria, e ainda com iluminação, sendo que a partir daí começava a corrida a sério! Como referi estava a apanhar – e passar – vários grupos de atletas e procurei sempre ter esse norte: apanhar o grupo da frente, depois o outro e depois o outro… Adicionalmente, nesta segunda parte da prova, ao longo da marginal de Peniche, já tinha caído a noite pelo que em certos sítios a iluminação é praticamente nula (e a luz intensa das fogueiras acaba por ainda dificultar um pouco) o que aliado ao fraco estado do pavimento torna as coisas algo complicadas.

Para ajudar à festa o vento continuava a soprar forte. E ainda havia o sobe e desce constante. Não estava fácil mas, ainda assim, surpreendentemente seguia a ritmos rápidos (com vários parciais abaixo de 3:40) e ia conseguindo passar diversos adversários (aproveitava sempre para descansar um pouco a cada grupo que passava, nem que fosse para me escudar do vento durante alguns segundos). Esta foi a história até praticamente ao km 12 porque, a partir daí era praticamente a descer até à meta.

Procurei soltar-me ao máximo e dar tudo o que tinha durante os últimos 3 quilómetros. Apesar do cansaço acumulado ainda consegui rodar perto dos 3:30 ao km mas cada subida que aparecia, por mais pequena que fosse, era atroz. Chegado aos últimos 500 metros acabei por entrar num despique – perfeitamente amigável – com outro atleta. Apesar de o ter passado num instante inicial pelos vistos ele ainda estava fresco e deu-me uma grande tareia nos últimos 100 metros 🙂 

Ultimo esforço e cruzo a meta com um tempo que me deixou bastante feliz: 55 minutos e 42 segundos. Bem melhor que o objectivo que tinha traçado e algo que me deixa com uma excelente motivação para os próximos blocos de treino que aí vêm!

A nível de equipa o GFD Running teve também uma óptima prestação: 3o lugar feminino por intermédio da Joana Fonseca. Nos homens 3o e 4o lugar (Roberto Ladeiras e Bruno Lourenço) e ainda um 2o lugar por equipas masculino. Além disso inúmeros pódios por escalão. Fantástico!

Parabéns também ao Vitor Oliveira, companheiro de alguns treinos, que conseguiu um fantástico 5o lugar!

Finda a prova foi tempo de voltar rápido para o carro porque ainda faltava o segundo momento alto da noite, com o jantar/festa do GFD Running. Mas isso já não faz parte do relato da prova 🙂 

Até à próxima!

PS: Caso tenham interesse podem ver aqui a transmissão, em video, da prova.