10Km Descobrimentos

A prova do Domingo passado, os 10Kms dos Descobrimentos (no âmbito da meia maratona com o mesmo nome) foi uma grande surpresa para mim.

Já não competia desde a maratona de Berlim (finais de Setembro) e desde então tenho procurado regressar – lentamente como costuma ser normal comigo – ao volume e intensidade de outrora. Neste momento ainda me encontro a meio caminho (pouco mais de 60Kms e apenas um treino de séries por semana) e o peso também ainda não voltou aos valores normais. Tudo isto me levou a esquecer um último objectivo que tinha traçado para este ano que seria tentar fazer os 10Kms abaixo de 35 minutos (actualmente o meu recorde é de 35’22’’).

Ainda assim nem tudo estava perdido e procurar enfrentar esta prova como uma boa maneira de ganhar ritmo e perceber, efectivamente, como estava a máquina apontando no entanto para um tempo mais conservador na casa dos 37 minutos (que, pensava eu, poderia já ser demasiado ambicioso).

A manhã da prova revelou-se bastante fria e algo ventosa (acabei por correr de singlet mas com manguitos e luvas…) e começou cedo. O ponto de encontro em Belém ficou marcado para as 8:30, sendo que a prova dos 10Kms estava agendada para as 9:20. Procurei fazer um aquecimento mais longo que o normal (devido ao frio) e durante o aquecimento acabei por combinar com a Joana Fonseca (também do GFD Running e que viria a ganhar a prova no sector feminino) que podíamos tentar ir os dois juntos até final.

Aquecimento feito e, depois de umas quantas rectas já junto à linha de partida, começou então a prova, logo a um ritmo perto dos 3:35/km, bem mais rápido do que o meu objectivo inicial de fazer 37 minutos! Segui com a Joana durante grande parte dos dois primeiros quilómetros, até chegar ao primeiro retorno. Aqui, meus amigos, já só pensava onde é que me tinha ido meter já que o ritmo parecia demasiado forte. Cheguei inclusivé a perder um pouco o contacto com a minha colega pela altura deste dito retorno.

Para ajudar à festa, os próximos praticamente cinco quilómetros seriam feitos contra o vento! Fiz um esforço para me colar novamente ao grupo da Joana – no sentido de procurar alguma protecção do vento – e a verdade é que conforme o tempo ia passando o ritmo manteve-se estável (sempre na casa dos 3:35/3:40) e eu comecei-me a sentir cada vez mais confortável e inclusivé a travar em certos momentos.

Com praticamente 7 quilómetros feitos dá-se o segundo (e útimo retorno) e, agora com vento pelas costas, o grupo partiu-se considerávelmente. Como cada vez me sentia mais forte tentei sempre seguir com quem ia mais à frente e a verdade é que, aqui, e para minha surpresa, já seguia na casa dos 3:25/km e sem sentir que estava no limite. Fui passando um ou outro atleta e procurei sempre, ligeiramente mas progressivamente, ir acelerando o ritmo. Cheguei novamente à zona do CCB e depois das últimas curvas cruzei a meta com 35:48 segundos.

Para quem pensava que 37’ já fosse esticar a corda estes 35’48’’ foram uma enorme surpresa. Decerto que está um pouco longe do meu recorde de 35’22’’ mas que foram feitos numa altura de pico de forma. De momento ainda me encontro na fase final de recuperação após a maratona de Berlim, com muito pouco treino de qualidade e algum preso a mais pelo que esta marca me deixa bastante espectante do que posso fazer no próximo ano. Veremos o que aí vem!