43º G. P. Atletismo Desportivo Monte Real

Menos de um ano depois (já que a última edição teve lugar em Maio de 2022) voltei a participar na corrida do Desportivo Monte Real, uma prova algo especial para mim já que fica quase à porta de casa e num local habitual de treino.

Esta seria a minha primeira prova “a sério” depois da maratona de Nova Iorque já que as duas São Silvestres que corri no final de 2022 foram apenas em ritmo de treino. Há duas semanas atrás participei também na Meia Maratona de Cascais que, não me sentido ainda em grande forma, foi também feita em ritmo controlado. Consegui, ainda assim, ajudar o meu colega Diogo do GFD Running a fazer um grande recorde pessoal o que me deixou bastante satisfeito!

No ano passado a coisa correu bastante bem, com o meu primeiro pódio, e este ano estava bastante curioso com o que poderia atingir. Ainda sem me sentir na forma que estava pré-maratona (o peso a mais faz uma grande diferença…) noto que os ritmos já começam a sair com mais naturalidade e tinha assim a sensação que podia almejar uma classificação interessante.

Com a prova principal a começar às 9:30 (num esquema diferente – mas bem vindo – ao do ano passado com a prova mais longa a começar primeiro e os restantes escalões a terem lugar posteriormente) cheguei cerca de uma hora antes para poder ir buscar o dorsal e depois ter tempo de sobra para o aquecimento. Nestas provas abaixo dos dez quilómetros gosto sempre de fazer um aquecimento mais longo (nunca menos de 15 minutos) e com uma série de rectas no fim. Só assim consigo começar a ritmos elevados de forma natural.

Feito o aquecimento procurei começar o mais à frente possível, de modo a conseguir sair rápido e sem os habituais tropeções! Assim foi e mal foi dado o tiro de partida procurei manter-me junto com os atletas da frente e perceber a que ritmos iriam. Felizmente o ritmo não ia estupidamente rápido e, de forma algo natural, passados 300/400 metros fiquei num grupo – com mais dois atletas – já bem isolado na frente e no qual segui grande parte da prova. Seguimos sempre juntos durante toda a primeira volta o que, acredito, foi bom para todos já que nos íamos revezando na frente.

Pouco depois do inicio da segunda volta notei que um dos atletas do grupo tentou distanciar-se mas foi sol de pouca dura já que eu e o terceiro atleta nos mantivemos sempre colados. E foi a partir daqui que a prova começou a ficar mais interessante! Tive a clara percepção que o ritmo estava a cair um pouco o que foi a minha deixa para acelerar: apesar de sermos os três de escalões distintos não era, nem nunca foi, meu objectivo fazer algum tipo de gestão. Mesmo tendo em conta os meus modestos objectivos competitivos, quando entro numa prova tenho sempre como objectivo acabar o melhor classificado possível, independentemente de qual seja a classificação para o escalão. Sendo assim, aumentei um pouco o ritmo de modo a chegar ao ultimo retorno minimamente isolado e a partir daí nem quis olhar para trás! Estava a tentar ganhar a minha primeira prova e ia dar tudo o que tinha naqueles cerca de 1900 metros até ao fim. 

Segui sempre com confiança – para surpresa minha cheguei a ver o relógio marcar abaixo de 3:10/km – e só na ultima curva olhei para trás para tentar perceber como as coisas estavam. Não consegui ver os meus dois colegas de corrida e, com alguma confiança adicional, tentei manter o ritmo até chegar à meta e vencer, pela primeira vez, uma corrida!

Sei bem que é uma prova onde o panorama competitivo não é dos mais altos mas, ainda assim, foi uma enorme alegria conseguir este feito. Foi uma validação do trabalho que tenho vindo a fazer ao longo destes anos e, certamente, um grande foco de motivação para os objectivos para este ano!

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