São Silvestre 2022

No final do ano corri não uma, mas duas corridas de São Silvestre. Cada uma por razões muito distintas mas aqui fica um pequeno relato de ambas.

V São Silvestre de Nisa

A São Silvestre de Nisa é uma corrida na qual gostava de participar praticamente desde que comecei a correr já que se trata da terra-natal da minha família materna e um local que conheço desde pequeno. Por incompatibilidade na agenda, ou pela suspensão nos últimos dois anos devido à pandemia só tive a oportunidade de participar em 2022, na sua 5a edição.

Realizada no dia 23 à noite chegámos bem cedo para recolher o dorsal e poder desfrutar do – ainda que contido – ambiente da prova. Antes da corrida principal – agendada para as 21:30 – havia uma série de outras provas para os escalões inferiores o que é sempre muito giro de se ver. Com a hora da minha prova a aproximar-se comecei a fazer um aquecimento que pretendia que fosse algo longo: não só estava algum frio pelo que o aquecimento ganha ainda mais relevância como aproveitei para fazer o reconhecimento ao percurso.

O traçado desta São Silvestre é composto por 4 voltas de 2,2Kms cada uma, com uma altimetria nada favorável (são cerca de 50m por volta, perfazendo 200m) e um piso composto na sua totalidade por paralelo, muito dele altamente irregular. Tendo isto em conta, e sendo que me encontro ainda numa fase de inicio de época e praticamente sem treino, o meu objectivo era ganhar algum ritmo e, acima de tudo, desfrutar do ambiente da prova.

Com o aquecimento feito, dirigi-me para a partida e começamos – ainda que com cerca de 20 minutos de atraso – a prova! A mesma começou com um ritmo extremamente elevado mas, conforme referi acima, não vinha com grande objectivo pelo que me deixei ultrapassar por imensa gente. Invariavelmente ainda não íamos a meio da primeira volta e já estava a ultrapassar atletas completamente exaustos. 

E assim progrediu a corrida. Durante as 3 primeiras voltas segui sempre a um ritmo completamente confortável e a ultrapassar com frequência outros atletas. Inclusivé à terceira volta começou a ficar um pouco mais confuso já que começava a dobrar atletas mais lentos o que dificultava um pouco a navegação (má qualidade do piso aliado à pouca visibilidade tinham tudo para dar mau resultado).

Começando a quarta volta, e com eu a chegar-me a atletas de maior valia, aproveitei para apertar e começar a andar a ritmos mais elevados. Consegui ganhar mais algumas posições – a última das quais a menos de 400 metros do fim – e terminar a prova em 34o lugar (11 do escalão) com um tempo de 33:17 (o que dará algo como 3:47 ao quilometro se a medição da distância for fidedigna).

Como pontos positivos desta prova destaco o ambiente que se conseguiu montar numa prova de tão pequena dimensão, e que até é de inscrição grátis!, bem como o nível competitivo que a mesma teve (o atleta vencedor, do União de Tomar, rodou a menos de 3:10/km). O suporte da organização também é de louvar já que o percurso estava todo ele muito bem delimitado.

Como pontos negativos não refiro a altimetria e o piso já que esses são característicos de Nisa mas a pouca iluminação num ou noutor local, o que dificultava muito manter um ritmo consistente. O não gostei mesmo – e isto é totalmente alheio à organização – é a despreocupação com que se atalhou caminho nesta prova. Quase a totalidade dos atletas que circularam à minha volta atalhavam caminho pelo passeio a cada curva que passava. Bem sei que estou/estamos num patamar totalmente amador mas eu pessoalmente levo esta brincadeira demasiado a sério e não gosto de ver estas coisas. Tenho a certeza que tiraria facilmente 30 ou mais segundos ao meu tempo se fizesse o mesmo mas nunca seria capaz de correr assim.

Em jeito de resumo, a São Silvestre de Nisa não é uma prova fácil nem para fazer tempos mas é uma prova que gostaria de correr com alguma regularidade pelo significado que ela tem.

São Silvestre da Amadora

Volvida uma semana – que em nada foi perfeita em termos de nutrição ora não fosse a semana pós natal – chegava a mítica São Silvestre da Amadora. Sendo uma prova exigente é, no entanto, para mim a prova mais bonita de se fazer em Portugal. O ambiente natalício ainda presente e o ambiente de vésperas de ano novo, aliados à enchente de público nas ruas tornam-na única.

À semelhança da SS de Nisa, não vinha para aqui com um grande espirito competitivo, dado o pouco treino que levava. No entanto os treinos tinham corrido bem e a meio da semana o treino de séries, correram muitíssimo bem. Fi-las com o meu amigo Vítor Oliveira (Aquele Que Gosta de Correr) e, surpreendentemente, consegui acompanha-lo (ainda que a algum custo: no final mal me mexia!).

Com a prova a começar às 18h cheguei cerca de 2 horas antes para fazer o levantamento do dorsal e aproveitar os eventos envolventes à corrida. Uma vez mais procurei aquecer bem já que quer o frio, quer o vento, não eram os mais favoráveis. Na caixa de partida vi algumas caras conhecidas e assim ainda deu para conversar um pouco.

Às 18 horas em ponto começou a prova e logo com uns exigentes 2 primeiros quilómetros, sempre a subir. A minha “tática” para esta prova era muito simples, já que não ia ali para tempos: forçar nas subidas onde, com alguma naturalidade, me costumo sair bem e aproveitar as descidas para relaxar um pouco (trocando por míudos: não descer que nem um desalmado!). E assim fiz, primeiros dois quilómetros a subir e, a partir daí até à subida dos comandos (cerca do quilometro 6) procurei ir a um ritmo confortável q.b. Durante este pedaço de prova fui relativamente isolado com meia dúzia de atletas uns 20/30 metros à frente.

Chegada a subida dos comandos forcei novamente o ritmo – ainda que de maneira algo tímida… – e durante os próximos quilómetros (até cerca do oitavo) foi apenas fazer gestão e tentar não quebrar. Isto porque sabia que, a partir daquela parte os últimos 2 kms seriam sempre a descer e, se lá chegasse minimamente fresco, poderia forçar mais o ritmo. Foi mesmo que acabei por fazer já que os últimos 2kms foram feitos praticamente a 3:20/km. 

Assim, deu para terminar a prova em 37:13. Uma marca algo distante do meu record pessoal mas ainda assim uma melhoria de mais de minuto e meio face ao tempo que tinha feito em 2019. Nada mau!

Estas foram, assim, as minhas duas ultimas provas de 2022. Agora é começar a treinar mais e melhor para o que 2023 trará! Um bom ano a todos!!

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